A tarifa de energia da Itaipu Binacional, chamada de Custo Unitário dos Serviços de Eletricidade (Cuse), está hoje no menor patamar em 20 anos. De 2009 a 2021, o valor ficou congelado em US$ 22,60 kW. Em 2022, com a redução no pagamento da dívida para construção da usina, a queda foi de 8%, chegando a US$ 20,75 kW. Neste ano de 2023, na atual gestão da empresa, a tarifa foi fixada em US$ 16,71 kW, valor 26% menor ao praticado apenas dois anos antes.
Os dados foram apresentados nessa semana, em Brasília (DF), pelo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Enio Verri, durante audiência na Comissão de Infraestrutura do Senado, atendendo requerimento do senador Esperidião Amin, de Santa Catarina. Verri foi convidado para falar sobre a composição da tarifa e as despesas de exploração, que incluem os gastos com a operação e a manutenção da usina, administração e investimentos em responsabilidade social e ambiental.
“A Itaipu é uma empresa binacional e todas as nossas decisões são tomadas em consenso com o Paraguai. A queda no valor da tarifa de Itaipu foi fruto de muito diálogo, muita negociação, visto que o nosso sócio gostaria que o valor voltasse aos mesmos patamares praticados até 2021”, declarou. “Conseguimos baixar a tarifa e preservamos os investimentos”, reforçou.
O diretor demonstrou que, na média de preços apurados em leilões de energia elétrica, o custo da energia de Itaipu foi o terceiro mais barato do mercado, menor que os das Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs), das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e de fontes como a solar fotovoltaica, biomassa, gás natural, carvão e óleo combustível.
Citou ainda que o valor médio pago pelos consumidores residenciais das regiões Sul (R$ 644/MWh) e Sudeste (R$ 720/MWh), maiores regiões cotistas da Itaipu, é menor que a média nacional (R$ 726/MWh), resultado para o qual Itaipu contribuiu. Considerando apenas a Enel SP (antiga Eletropaulo), o maior mercado cotista de Itaipu, a energia de Itaipu é menor que o custo médio do portifólio de contratos da distribuidora.