A Casa dos Ventos, uma das maiores empresas do setor de energias renováveis do País, vai priorizar os projetos de eólicas onshore (instaladas em terra) e de placas solares como principais fornecedores de energia para a produção de hidrogênio verde (H₂V) no Complexo do Pecém (Cipp S/A). A decisão vai de encontro aos planos de instalação das eólicas offshore (em alto-mar), que necessitam de regulamentação pelo Governo Federal.
É o que garante Fernando Elias, diretor de Comercialização e Regulação da companhia cearense. Ainda segundo ele, a empresa também pretende ampliar o portfólio de projetos na região Centro-Oeste, além de locais no interior do País.
“Em um primeiro momento, para hidrogênio verde, a gente tem que buscar os preços mais competitivos, e hoje são eólicos onshore e fotovoltaico, mas entendo que o mercado que a gente acredita e esperamos que seja tão promissor quanto ele se mostra, a gente vai ter que usar todos os recursos, inclusive offshore”, classifica.
As declarações foram dadas pelo diretor da empresa nesta quarta-feira (25) no Fiec Summit 2023 Hidrogênio Verde, evento que discute, além do mercado de H₂V, demais energias renováveis e o impacto delas no setor energético e econômico.
A Casa dos Ventos, fundada no Estado em 2007, mantém o interesse na regulamentação das eólicas offshore – preferencialmente a partir da consolidação do H₂V -, que após o início da produção do composto, deve provocar um aumento exponencial na demanda por energia elétrica, sobretudo a partir de fontes renováveis.
Apesar disso, a Casa dos Ventos não abdica da competitividade no mercado de eólica offshore, que segue pendente de regulamentação pelo Governo Federal em todo o Brasil. Segundo o diretor da empresa, existe uma parceria com a companhia francesa TotalEnergies, já atuante no mercado de geração de energia a partir dos ventos em alto-mar.
“Em um segundo momento, e aí acredito que entra o offshore, a gente pensa, tem uma unidade de estudo de prospecção offshore aqui no Ceará e agora temos também com a TotalEnergies perspectivas de olhar mais para essa área. A Total, por ser uma empresa que atua em offshore, óleo e gás, tem uma sinergia”, ressalta o diretor.