O Mercado Livre de Energia segue em ritmo acelerado de expansão, registrando um aumento de 53% no número de unidades consumidoras nos últimos 12 meses no país, segundo dados da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). No período, 19.551 novas unidades foram incorporadas ao mercado, e o volume de energia consumida subiu cerca de 12%. Esses números refletem o fortalecimento de um segmento que se apresenta como uma alternativa eficiente e sustentável para empresas e consumidores.
À medida que o mercado livre varejista se consolidar, os grupos de menor porte poderão ser absorvidos pelos grandes players, a exemplo de outros países. “O que a gente deve ver para frente deve ser um menor número de vendedores, porém de escala maior. Na Inglaterra, o mercado é aberto há algumas décadas e foi isso que aconteceu. O que a gente tem hoje em dia já é um conjunto menor de empresas maiores”, afirma o CEO da Envol, Alexandre Viana. Viana corrobora com a tese e complementa que a adoção de inovações poderá ser restrita aos grupos de maior porte.
Mesmo grandes empresas como a Gold do BTG, a 2W e pequenas como Athena Energia passam por dificuldades financeiras e podem ser absorvidas pela concorrência ou mesmo quebrarem, entrando em Recuperação Judicial. O mercado está inquieto neste começo de ano, ainda mais com a entrada do governo Trump que anunciou fim do apoio americano as energias renováveis.
Soluções para o mercado
As baterias de armazenamento, tidas como uma solução para conservar a geração solar e eólica, ainda são tidas como caras, mas tendem a ser uma inovação a ser mais adotada em breve. “Os comercializadores mais estruturados e maiores terão condições de oferecer essa solução, porque envolve discussão com fornecedores e envolve ter caixa para carregar investimento. Então, imagino que o armazenamento pode impactar o mercado já em 2025”, afirmou o CEO da Envol.
“As principais vantagens incluem a redução de custos com energia, maior previsibilidade e controle sobre o consumo energético, a flexibilidade na escolha do fornecedor e a possibilidade de negociar condições mais favoráveis. Além disso, empresas que migraram podem ter acesso a energia de fontes renováveis, alinhando-se a práticas de sustentabilidade”, destaca a diretora Comercial da VR Energia Sustentável, Viviane Rosa. “Os principais riscos incluem a volatilidade dos preços da energia, que pode resultar em custos mais altos se o contrato não for gerido adequadamente. Além disso, mudanças regulatórias podem impactar o setor. Por isso, é importante realizar um planejamento cuidadoso e, se necessário, contar com assessoria especializada para navegar por esses desafios”, completa Viviane.