A energia solar, uma das opções mais promissoras de geração de energia limpa no Brasil, enfrenta um cenário de incertezas em 2025. Mudanças tributárias significativas prometem aumentar os custos de instalação de sistemas solares residenciais e industriais, desafiando tanto consumidores quanto empresas do setor.
O aumento nos preços decorre de duas alterações principais. A China, maior fornecedora de painéis solares para o Brasil, reduziu os incentivos fiscais de exportação de 13% para 9%. Essa decisão impacta diretamente o custo de produção dos equipamentos e, consequentemente, o valor final para o consumidor brasileiro.
Além disso, o Governo Federal decidiu aumentar o Imposto de Importação para módulos solares montados, que passará de 9,6% para 25% a partir de julho de 2025. Essa medida, segundo a consultoria Greener, pode elevar o preço dos módulos fotovoltaicos em até 26%. Os kits de energia solar residencial, por sua vez, deverão registrar um aumento médio de 13%.
Uma das maiores preocupações para os consumidores é o tempo de retorno sobre o investimento, ou seja, o período necessário para que a economia gerada pela energia solar compense o gasto inicial.
No Ceará, onde há alta incidência solar e custos competitivos de instalação, o tempo de retorno atualmente é de cerca de dois anos e nove meses. No entanto, um aumento de 13% nos preços não deve alterar significativamente essa média. Já em regiões onde os custos são naturalmente mais altos, o prazo de retorno pode subir para até três anos e seis meses, dependendo das condições de mercado.
Mateus Pinheiro, consultor da Greener, destaca que as variações regionais são influenciadas tanto pelo custo do equipamento quanto pelas estratégias de precificação adotadas pelas empresas integradoras, que são responsáveis pela instalação dos sistemas.
O governo justifica o aumento do imposto de importação como uma forma de incentivar a produção local de equipamentos solares. A medida visa reduzir a dependência de insumos estrangeiros, fortalecer a indústria nacional e diversificar a matriz energética do país.
De acordo com nota oficial, essa mudança também está alinhada aos compromissos ambientais do Brasil, promovendo o uso de fontes renováveis e de menor impacto ambiental. Entretanto, especialistas avaliam que a estratégia pode ser insuficiente sem o apoio de políticas de fomento mais amplas.