Após uma tentativa fracassada de negociar um acordo com os credores por meio de mediação, a 2W Ecobank decidiu recorrer à via judicial. Na quarta-feira (23/4), a empresa protocolou um pedido de suspensão da execução das dívidas por 180 dias, totalizando R$ 2,4 bilhões.
O pedido de recuperação judicial inclui tanto a geradora quanto a comercializadora de energia. No ano passado, a companhia entrou com uma tutela antecedente para suspender a cobrança por 60 dias e propôs um plano de recuperação extrajudicial. No entanto, enfrentou dificuldades para obter apoio dos credores, especialmente do Credit Suisse, que foi adquirido pelo UBS.
O Credit Suisse foi responsável pela segunda emissão de debêntures da holding 2W, que foram distribuídas a clientes de alta renda do banco e atualmente estão sob posse de cerca de 400 investidores. A instituição declarou vencimento antecipado da dívida de R$ 585 milhões, além de já ter acionado antecipações em projetos específicos.
No final de março, o banco BNB acionou garantias bancárias relacionadas ao financiamento da construção do projeto Kairós, garantido pelo BTG Pactual, Sumitomo e Santander. Como resultado, esses bancos passaram a ser credores da 2W, com uma dívida de R$ 461,1 milhões. O projeto de 138 MW já está em operação, mas o ativo foi transferido ao fundo de private equity Darby como parte da reestruturação da dívida realizada no ano anterior.
No ano passado, os detentores da debênture emitida para financiar o parque eólico Anemus, no Rio Grande do Norte, também declararam vencimento antecipado da dívida de R$ 620 milhões, garantida pelo BTG Pactual e pelo Banco Sumitomo, tornando-se assim credores da 2W. Além disso, a empresa possui aproximadamente R$ 300 milhões em debêntures distribuídas no mercado.
A companhia afirma que enfrentou atrasos na implementação de seus projetos de geração eólica, principalmente devido à insolvência da Allonda Energia, responsável pelas obras dos parques eólicos Anemus e Kairós, além do adiamento do cronograma de montagem dos aerogeradores, o que praticamente dobrou o tempo previsto para a entrega dos complexos eólicos. (foto ilustrativa)