O mês de novembro quebrou o sexto recorde consecutivo de calor no planeta, conforme anúncio feito por cientistas do Observatório Europeu Copernicus, na última quarta-feira (6). Esse aumento das temperaturas elevou em 15,5% o consumo de energia elétrica no Brasil comparado ao ano anterior. Trata-se do maior avanço da série histórica, iniciada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) em janeiro de 2014, em função do maior uso de ventiladores e aparelhos de ar-condicionado.
Com tanto calor e eventos extremos, que deixaram milhares de pessoas sem luz em diversos estados, muitos consumidores buscaram alternativas para evitar problemas futuros e a energia solar é a principal alternativa para utilização em larga escala pelo país, com rápida instalação e disponibilização imediada.
Não à toa, o Brasil acaba de ultrapassar a marca de 35 gigawatts (GW) de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas e pequenos terrenos. Isso é o equivalente a 15,9% da matriz elétrica do país, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Isso coloca o país entre os dez maiores geradores de energia solar no mundo.
De acordo com a entidade, desde 2012, a fonte solar já trouxe ao Brasil mais de R$ 170 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 47,9 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 1 milhão de empregos. Com isso, também evitou a emissão de 42,8 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. A previsão da entidade é que devem ser aplicados mais de R$ 50 bilhões no setor até o fim de 2023, com expectativa de crescimento de 42,4% na capacidade energética solar brasileira em relação ao ano anterior. Entre os motivos estão as novas leis que passam a dar mais liberdade ao consumidor.
Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, o crescimento da modalidade fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros, fatores cada vez mais importantes para a economia nacional e para o cumprimento dos compromissos ambientais assumidos pelo país.
“Finalmente, o Brasil acordou para a energia solar e seus benefícios. Aproveitar uma fonte de energia limpa e barata ajuda no processo de transição energética do país, além de estimular a diversificação do suprimento de eletricidade, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de mais aumentos na conta de luz da população”, diz Koloszuk.