O consumo de energia elétrica no Brasil apresentou um crescimento notável de 3,7% em 2023 em comparação com o ano anterior, segundo dados divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) nesta semana. O estudo, que analisou o panorama do mercado energético brasileiro, destacou o impacto das temperaturas elevadas e o desempenho positivo de diversos setores da economia como principais impulsionadores desse aumento.
De acordo com o relatório, o consumo total de energia atingiu a marca de 69.363 megawatts médios, evidenciando uma demanda crescente por eletricidade em todo o país. Esse crescimento foi particularmente notável nas residências e pequenas empresas, onde o consumo aumentou em 2,5%. O fenômeno das ondas de calor que assolaram o país durante o segundo semestre do ano desencadeou um uso mais intenso de eletrodomésticos, como ventiladores e ar-condicionado, contribuindo significativamente para o aumento da demanda.
No mercado regulado, onde os consumidores adquirem energia diretamente das distribuidoras, o aumento foi de 2,5%. Esse incremento pode ser atribuído ao uso intensivo de equipamentos de refrigeração, especialmente nos meses em que as temperaturas atingiram níveis recordes em diversas regiões do Brasil. Além disso, a migração de consumidores para o mercado livre de energia também teve impacto nos resultados.
Já no mercado livre, onde os consumidores têm a liberdade de escolher seu fornecedor de energia e negociar condições contratuais, o crescimento foi ainda mais expressivo, alcançando 5,9% em relação ao ano anterior. Esse aumento reflete não apenas uma maior atividade em setores produtivos específicos, mas também a entrada de novos participantes nesse segmento.
Para Alexandre Ramos, presidente do Conselho de Administração da CCEE, os dados de 2023 destacam não apenas o crescimento expressivo do consumo de energia no Brasil, mas também a expansão da geração de energia renovável e o fortalecimento do mercado livre de energia.