O Brasil possui um potencial economicamente viável para instalar até 24 gigawatts (GW) em usinas solares flutuantes, tecnologia que permite a geração de energia sobre os espelhos d’água de reservatórios hidrelétricos, aproveitando sinergias entre fontes renováveis. A conclusão é de um estudo da consultoria PSR, divulgado nesta segunda-feira, que aponta a possibilidade de ampliar e otimizar a capacidade do parque gerador brasileiro a partir de uma estratégia híbrida, combinando a tradicional fonte hidráulica com a solar.
De acordo com a PSR, embora o potencial teórico da energia solar flutuante no país seja extremamente elevado — podendo alcançar até 3.800 GW —, a viabilidade prática e econômica é consideravelmente mais restrita, situando-se entre 17 GW e 24 GW. Esse volume considera condicionantes técnicas, como a disponibilidade de radiação solar, além de limitações da infraestrutura elétrica, especialmente a capacidade das subestações associadas às hidrelétricas.
“O Brasil dispõe de uma vasta área de reservatórios de usinas hidrelétricas, que se estendem por milhares de quilômetros quadrados, mas nem toda essa superfície é adequada para receber plantas solares flutuantes”, destacou Rafael Kelman, diretor executivo da PSR. Segundo ele, além dos aspectos técnicos, a viabilidade econômica também determina os limites para o desenvolvimento dessa tecnologia.