Dados divulgados nesta segunda-feira (21), pelo think tank de energia Ember, com sede em Londres, revelam que o Brasil gerou mais de um quarto de sua eletricidade em julho a partir de energias solar e eólica pela primeira vez.
Segundo as informações da Ember, as energias eólica e solar geraram um recorde de 27% da eletricidade do Brasil (14 TWh) em julho, sendo 19% (10 TWh) de energia eólica e 8% (4,1 TWh) de energia solar. Esse forte desempenho das energias renováveis empurrou os combustíveis fósseis para apenas 8,9% (4,7 TWh).
Ao longo do ano até o momento, o aumento da energia eólica e solar (+20 TWh) mais do que atendeu ao aumento contínuo da demanda (+12 TWh). A energia eólica e solar gerou 19% da eletricidade do Brasil neste ano até agora, em comparação com 15% em 2022. Esse aumento permitiu que o Brasil diminuísse seu uso de combustíveis fósseis em 6,5 TWh neste ano até agora, com os combustíveis fósseis produzindo apenas 6,9% da eletricidade do Brasil, em comparação com 8,9% em 2022. A energia hidrelétrica ainda é a principal fonte de eletricidade do Brasil, gerando 70% este ano até o momento, em comparação com 73% em 2022.
Em maio, a Ember publicou uma análise que revelou que os combustíveis fósseis geraram menos de 5% da eletricidade do Brasil em fevereiro, pela primeira vez em uma década. Esse recorde foi impulsionado pelo forte crescimento de longo prazo da energia eólica e solar e pela melhoria no desempenho da hidroeletricidade.
A perspectiva de crescimento da energia limpa no Brasil é positiva. Até agora, neste ano, as importações de painéis solares (9,5 GW) e as implantações mantiveram o ritmo recorde do ano passado, e espera-se que os reservatórios estejam em níveis elevados no final da estação seca. Com boas condições, a participação dos combustíveis fósseis poderá cair ainda mais no início do próximo ano.
O Brasil está bem posicionado para liderar o caminho à medida que o mundo se move em direção a 100% de eletricidade zero carbono até 2040, com a maioria de energia eólica e solar, conforme estabelecido pelo Net Zero Roadmap da Agência Internacional de Energia.
O analista de dados da Ember, Nicolas Fulghum, disse: “O Brasil está agora entre os 25 países do mundo que atingiram a marca de um quarto de energias solar e eólica em um mês inteiro. Sua ambição está impulsionando o país rapidamente, com a taxa de crescimento anual de energia eólica e solar em 37% em julho, acima da média global. Houve uma mudança real na transição de energia limpa do Brasil, com o crescimento da energia eólica e solar neste ano duas vezes mais rápido do que em 2022”, afirmou.