Cento e dezoito países, entre eles o Brasil, se comprometeram neste sábado, 2, a triplicar a capacidade global de produção de energia renovável até 2030, segundo compromisso assumido na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28), que ocorre em Dubai. A medida foi anunciada em meio a iniciativas para descarbonizar o setor de energia, que responde por três quartos das emissões de gases do efeito estufa.
A informação sobre o acordo foi divulgada pela agência de notícias Reuters. O presidente da COP, Sultan al-Jaber, destacou que a iniciativa vai ajudar na transição energética e na redução de uso do carvão. Paralelamente, 22 países, entre eles os Estados Unidos, anunciaram a intenção de triplicar a capacidade de produção de energia nuclear até 2050, destacando que a fonte nuclear será vital para o corte de emissões nas próximas décadas.
Os idealizadores querem que o compromisso seja incluído no texto final da cúpula com objetivo de torná-lo global. Para isso, é necessário o consenso entre os mais de 200 países presentes.
Os defensores da energia nuclear, que fornece 18% da eletricidade nos Estados Unidos, dizem que é um complemento limpo, seguro e fiável à energia eólica e solar.
Mas um obstáculo significativo é o financiamento. No mês passado, um desenvolvedor de pequenos reatores nucleares em Idaho disse que estava cancelando um projeto que deveria fazer parte de uma nova onda de usinas de energia. O custo de construção dos reatores aumentou de US$ 5,3 bilhões para US$ 9,3 bilhões, devido ao aumento das taxas de juros e da inflação.
Grã-Bretanha, Canadá, França, Gana, Coreia do Sul, Suécia e Emirados Árabes Unidos estavam entre os 22 países que assinaram a declaração para triplicar a capacidade a partir dos níveis de 2020.
Triplicar a capacidade de energia nuclear até 2050, o que também ajudaria a Europa a reduzir a sua dependência do petróleo e do gás da Rússia, exigiria investimentos significativos. Nas economias avançadas, que detêm quase 70% da capacidade nuclear mundial, o investimento estagnou à medida que os custos de construção dispararam e os projetos ultrapassaram o orçamento e enfrentaram atrasos.
Além do custo, outro obstáculo à expansão da capacidade nuclear é que as centrais têm velocidade de construção mais lentas do que muitas outras formas de energia.
Petrolíferas
Os principais produtores de petróleo do mundo, inclusive aqueles dos Estados Unidos, anunciam novos planos em Dubai neste sábado, 2, para reduzir significativamente o metano de suas operações.
Os acordos incluem um pacto inédito de 50 das maiores empresas de petróleo do mundo, que inclui gigantes estatais, como a Saudi Aramco, juntamente com grandes corporações, a exemplo da ExxonMobil, comprometendo-se a praticamente eliminar as emissões de metano de suas atividades de perfuração e produção. Isso também inclui novas regulamentações do governo dos Estados Unidos e de outros países, além de esforços internacionais de monitoramento destinados a cobrar das empresas o cumprimento de suas promessas.
A indústria tem se concentrado no metano porque é um super poluente comumente emitido pelas operações industriais. Cientistas defendem que as emissões devem ser reduzidas rapidamente para alcançar a ambiciosa meta do acordo climático de Paris de 2015, que visa a evitar que o aquecimento ultrapasse 1,5°C acima dos níveis pré-industriais.