O Brasil importou 10,7 GW em placas solares nos primeiros seis meses de 2024, o maior volume semestral já registrado pelo país, mostra levantamento da consultoria Greener. Somente no primeiro trimestre, o mercado nacional contabilizou entrada recorde de 5,6 GW em equipamentos fotovoltaicos, um crescimento de 59% frente ao mesmo período de 2023.
Conforme a pesquisa, do volume total do semestre, 7,5 GW foram destinados ao mercado de geração distribuída, representando 70% das importações e um aumento de 5 pontos percentuais em relação ao ano de 2023. Por outro lado, 3,2 GW, cerca de 30%, foram destinados ao segmento de geração centralizada.
Custos de importação
O estudo apontou que o percentual de custos de nacionalização dos produtos se manteve estável em junho de 2024, representando 18,75% do preço CIF (sigla em inglês para custo, seguro e frete).
Porém, o frete registrou uma alta significativa, correspondendo a 8,17% do preço FOB (sigla para Free On Board, modalidade de frete em que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria) em 2024, frente a 3,8% no ano passado.
A Greener ressaltou que as mudanças de critério e revogação do ex-tarifário podem alterar a alíquota de imposto de importação. Módulos fotovoltaicos que possuem isenção são beneficiados com uma alíquota de 0%. Caso contrário, a tarifa vigente de 9,6% é aplicada.
Para o período de julho de 2024 a junho de 2025, o Comitê-Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) definiu uma cota de US$ 1,01 bilhão em equipamentos isentos do imposto de importação.
“Temos uma cota significativa de equipamentos que devem entrar com o benefício da isenção do imposto de importação, mas, em um certo momento, começará a entrar um volume sem o ex-tarifário, resultando em uma elevação de custos para a cadeia e, consequentemente, para o consumidor final”, alertou o CEO da Greener, Márcio Takata.
Ranking de marcas:
As dez principais marcas de painéis solares foram responsáveis por 68% do volume total importado no primeiro semestre. Um total de 99 marcas forneceram módulos fotovoltaicos para o Brasil no período.
Confira as dez marcas de placas solares com maior volume de importação no Brasil no 1º semestre de 2024:
Jinko: 1.220 MW
JA Solar: 1.155 MW
Trina: 1.070 MW
Canadian: 844 MW
Astronergy: 762 MW
TSUN: 640 MW
Sunova: 450 MW
Longi: 392 MW
DAH Solar: 382 MW
Risen: 343 MW