O apagão que atingiu 25 estados e o Distrito Federal no dia 15 de agosto fez com que o Brasil importasse energia elétrica da Argentina e do Uruguai para garantir o fornecimento interno. Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), a Argentina exportou 216 megawatts-médios (MWmed), enquanto o Uruguai enviou 40 Mwmed para o Brasil.
As informações foram passadas durante a reunião do PMO (Programa Mensal da Operação) referente a setembro. Durante o encontro, técnicos do ONS informaram que a importação se deu em caráter emergencial, o que está previsto em acordo entre estes países. Eles declararam ainda que o Brasil tinha saldo para receber esta energia.
Por conta das condições favoráveis de geração de energia elétrica no País nos últimos meses, o Brasil tem exportado energia elétrica a estes dois países. Essa tendência se manteve durante agosto, com exceção do dia do apagão, sobretudo com a Argentina, que chegou a receber 513 Mwmed.
O ONS reforçou que continua a estudar o caso para compreender todos os fatos que levaram ao apagão que afetou todo o SIN (Sistema Interligado Nacional). Apenas Roraima, que não está conectada a este sistema, não foi impactado.
O diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Sandoval Feitosa, afirmou nesta quinta-feira (24), que não é possível, no momento, apontar culpa, responsabilidades ou penalidades relacionadas ao apagão. Segundo Feitosa, o regulador irá participar da elaboração de um relatório mais detalhado sobre a ocorrência e também fará fiscalizações e inspeções locais para identificar eventuais responsabilidades.
O diretor ainda disse que não há um relatório conclusivo sobre as causas do apagão, apenas algumas análises superficiais que serão aprofundadas nas próximas semanas. Até então, o ONS identificou que a falha começou em uma linha de transmissão da Chesf, subsidiária da Eletrobras, no Ceará.
“A Aneel vai estar, neste momento, estudando o relatório, participando da elaboração do relatório e das discussões, fará fiscalizações nos agentes envolvidos. Certamente o Operador Nacional do Sistema Elétrico passará por auditoria, certamente a Chesf passará por auditoria, ou qualquer outro agente que a Aneel identifique necessidade. Neste momento, não consigo falar de culpa, responsabilidade e nem penalidade”, disse após participação em audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o reajuste tarifário da Equatorial Pará.