O presidente da Engie Brasil, Mauricio Bähr, disse na semana passada que está garantido o investimento de R$10 bilhões da companhia para construir os três projetos de geração de energia renovável no Nordeste planejados até 2025 – dois complexos eólicos e um solar. Juntos, esses projetos terão capacidade instalada de 2 GW.
Além desses investimentos, Bähr mencionou para o curto prazo a execução da linha de transmissão de 1 mil quilômetros, relativa ao lote 5 do leilão de junho. “Estamos na fase final de avaliação do capital investido, que vai ser anunciado em breve”, disse. O executivo falou a jornalistas no Engie Day, que acontece nesta quarta-feira, 2, no Rio de Janeiro. Na sequência, informou o executivo, há um pipeline de projetos em análise, que pode envolver projetos híbridos de solar e eólica e hidrogênio verde, frentes que ainda devem demorar alguns anos para sair do papel, sugeriu
“No Brasil, a gente tem projetos que vamos agora garimpar, que estão no pipeline ainda. Eles ainda não estão em fase madura para começarmos a investir e esses três que estão em implantação vão consumir os próximos dois anos. O primeiro dos três projetos mencionados por Bähr é o Conjunto Eólico Santo Agostinho, no Rio Grande do Norte, que vai exigir R$2,2 bilhões. Parte do complexo começou a operar comercialmente em março e todo o projeto deve ser finalizado até o fim de 2023, atingindo a capacidade de 434 MW.
Em paralelo, a Engie também constrói os complexos eólico Serra do Assuruá (846 MW), na Bahia, que vai exigir cerca de R$6 bilhões, e o fotovoltaico Assú Sol (752 MW), no Rio Grande do Norte, sob um investimento previsto de R$3,3 bilhões.
Projetos de geração além destes dependerão da capacidade do Brasil de atrair o investimento global da companhia de origem francesa. A Engie, disse Bähr, tem uma meta global de alcançar 50 GW de capacidade até 2025 e 80 GW em 2030. O Brasil é forte candidato para protagonizar projetos entrantes, disse o executivo, que definiu o País como a “Disneylândia” das energias renováveis, devido às condições naturais, extensão do território e tamanho do mercado.
Questionado por jornalistas sobre o ímpeto da empresa na direção de eólicas offshore, Bähr disse que a empresa que a Engie mantém com a EDP voltada a essa tecnologia, a Ocean Winds, segue acompanhando o mercado brasileiro e aguardando o marco regulatório. Ainda assim, ele disse ser precoce falar em investimentos no setor, uma vez que o País ainda tem potencial de sobra para o desenvolvimento de eólica em terra. “O momento (da eólica offshore) ainda é muito inicial. Porque existe muito potencial para se desenvolver em terra, o que é mais barato e mais conveniente, já que não demanda linhas de transmissão offshore. Mas sim, é uma tecnologia que, no médio e longo prazos, vai acabar acontecendo”, disse.