O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta sexta-feira (4) o novo “Luz para Todos”, em Parintins, no Amazonas. O programa que levará energia elétrica à população rural, em especial no Norte do país e em regiões remotas da Amazônia Legal, deve beneficiar 500 mil famílias até 2026. Um outro decreto assinado por Lula, nesta sexta-feira, trata das possibilidades de intercâmbio de energia elétrica com países que fazem fronteira com o Brasil. Atualmente, o Brasil realiza intercâmbios internacionais com Argentina e Uruguai, além do Paraguai, por meio da Usina Hidrelétrica de Itaipu.
Em entrevista a rádios dos estados amazônicos, Lula também afirmou que vai recuperar a relação energética com a Venezuela. De 2001 a 2019, o estado de Roraima foi abastecido com a energia elétrica via Linhão de Guri, que ligava Boa Vista ao complexo hidrelétrico de Guri, em Puerto Ordaz. Após uma série de apagões no país vizinho, em 2019, o fornecimento foi interrompido e, desde então, Roraima é dependente de energia de termelétricas.
O texto prevê a possibilidade de importação de energia para atendimento aos sistemas isolados, com o objetivo de reduzir os gastos da Conta de Consumo de Combustível (CCC), que chegam a R$ 12 bilhões em 2023. Ela representa quase 35% da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE). A gradativa substituição do sistema acarreta redução nos custos da CCC, que é paga por todos os consumidores de energia elétrica do país, embutida nas contas de luz.
Venezuela ocupa o terceiro lugar no mundo em emissões de metano por barril de petróleo produzido
A indústria petrolífera da Venezuela, que ajudou a transformar seu destino, foi dizimada pela má administração e muitos anos de sanções impostas pelos Estados Unidos ao governo autoritário do país, deixando para trás uma economia e um meio ambiente devastados.
A petrolífera estatal tem lutado para manter uma produção mínima para exportação, assim como para consumo interno. Mas, para tanto, sacrificou a manutenção básica e usou equipamentos cada vez mais precários, o que gerou um crescente impacto ambiental, segundo ativistas do meio ambiente.
Logo depois que o presidente Hugo Chávez, um tenente-coronel do Exército, subiu ao poder, na década de 1990, com promessas de usar a riqueza do petróleo do país para ajudar os pobres, ele demitiu milhares de trabalhadores do setor, incluindo engenheiros e geólogos, e os substituiu por apoiadores políticos. Também assumiu o controle de ativos de propriedade estrangeira e negligenciou os padrões ambientais e de segurança.
Então, em 2019, os Estados Unidos acusaram o sucessor de Chávez, o presidente Nicolás Maduro, de fraude eleitoral e impuseram sanções econômicas, incluindo a proibição das importações de petróleo venezuelano, para tentar forçá-lo a deixar o poder. A economia do país entrou em colapso, ajudando a alimentar um êxodo em massa de venezuelanos que não podiam sustentar suas famílias, enquanto Maduro mantinha seu poder repressivo.
Depois de quase parar, o setor petrolífero teve uma recuperação modesta, em parte porque o governo Biden permitiu no ano passado que a Chevron, última empresa americana produtora de petróleo na Venezuela, reiniciasse as operações de forma limitada.
As dificuldades da indústria petrolífera nacional foram agravadas por uma investigação de corrupção sobre o dinheiro do petróleo desaparecido que até agora levou a dezenas de prisões e à renúncia do ministro do petróleo do país. No leste da Venezuela, refinarias enferrujadas queimam gás metano, que faz parte das operações da indústria de combustíveis fósseis e é um importante fator do aquecimento global.
Embora a Venezuela produza muito menos petróleo do que antes, ocupa o terceiro lugar no mundo em emissões de metano por barril de petróleo produzido, segundo a Agência Internacional de Energia. A Venezuela está entre os piores países do mundo em termos de volume de queima de gás produzido por suas operações de combustível decrépitas, segundo o Banco Mundial.