O setor de energia solar brasileiro iniciou 2025 em ritmo acelerado, confirmando uma tendência de crescimento sólido nos últimos anos. De janeiro a março, cerca de 300 mil novos consumidores passaram a gerar a própria eletricidade por meio do sistema de geração distribuída, modelo que permite produzir energia solar para consumo próprio — seja em residências, comércios ou áreas rurais.
Com esse avanço, o Brasil atingiu a marca de 5 milhões de unidades consumidoras conectadas a sistemas fotovoltaicos, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Ao todo, já são mais de 3,4 milhões de instalações solares espalhadas pelo país, totalizando uma capacidade instalada de 38 gigawatts (GW). O número posiciona o país entre os líderes globais no uso de energia solar e reafirma o papel estratégico da fonte renovável na matriz energética nacional.
O modelo de geração distribuída funciona de forma descentralizada: os painéis solares são instalados em telhados, terrenos ou estruturas adaptadas, transformando a radiação solar em energia elétrica. Essa eletricidade é utilizada no próprio imóvel e, quando há excedente, o sistema envia a energia para a rede pública, gerando créditos que reduzem o valor da conta de luz.
Além da modalidade tradicional, cresce também no Brasil a energia solar por assinatura, alternativa que permite o acesso à fonte renovável sem a necessidade de adquirir ou manter equipamentos. Nesse modelo, o consumidor assina um plano e recebe créditos de energia produzida por usinas solares compartilhadas. A energia é injetada na rede elétrica e convertida em descontos mensais na fatura, de acordo com o contrato.
Essa solução tem se destacado por ampliar o acesso à energia solar de forma simples e inclusiva, principalmente entre consumidores que vivem em áreas urbanas ou que não podem investir na instalação de painéis. Especialistas apontam que a modalidade por assinatura deve ganhar ainda mais força ao longo do ano, impulsionada pela digitalização dos serviços, pela diversificação de ofertas e pela busca crescente por alternativas sustentáveis.
O avanço da energia solar também traz impactos positivos para o meio ambiente e para a economia. Por ser uma fonte limpa e renovável, ela contribui para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, melhora a segurança do sistema elétrico ao descentralizar a geração e movimenta a economia local, com a criação de empregos e o fortalecimento da cadeia produtiva.
Fatores como políticas públicas de incentivo, linhas de financiamento facilitadas e a queda no custo dos equipamentos foram decisivos para o crescimento do setor. O cenário de tarifas elevadas na energia convencional também tem impulsionado consumidores a buscar soluções mais econômicas e sustentáveis.
As projeções para o restante de 2025 são otimistas. A expectativa é de que a energia solar continue em trajetória de expansão, com a chegada de tecnologias mais eficientes e o fortalecimento de modelos inovadores, como a geração compartilhada, sistemas de armazenamento de energia por baterias (BESS) e os sistemas por assinatura. O desempenho expressivo no primeiro trimestre mostra que o Brasil está no caminho certo para consolidar a energia solar como protagonista na transição energética e no desenvolvimento de um futuro mais limpo e resiliente.
