Após apresentarem crescimento recorde em 2023, os setores de energia solar e eólica vão registrar queda nos investimentos no fechamento dos números de 2024. Somados, os dois setores angariaram R$ 94,6 bilhões em investimentos em 2023 e projetam um um total de R$ 60,4 bilhões em 2024, uma baixa de 36,6%. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
Se for considerado setor por setor, as eólicas devem ter uma queda maior. Os investimentos em projetos no ano retrasado somaram R$ 35 bilhões, enquanto a projeção para o fechamento de 2024 é de R$ 21 bilhões, 40% a menos.
No caso da energia solar, o setor registrou R$ 59,6 bilhões em 2023, frente a uma expectativa de R$ 39,4 bilhões em 2024, uma queda menor, de 33%. Os números levam em conta as usinas de grande porte e os pequenos e médios sistemas em telhados, fachadas e terrenos de casas e empresas.
Carlos Dornellas, diretor técnico e regulatório da Absolar, destaca que os investimentos foram focados principalmente no mercado livre. Nesse modelo, o cliente compra eletricidade diretamente das geradoras por meio de uma empresa intermediária chamada comercializadora varejista.
— Destaque para a demanda no mercado livre, que tem atraído cada vez mais investimentos privados. De janeiro ao começo de dezembro de 2024, a fonte solar adicionou cerca de 13 gigwatts (GW), sendo 8 GW na geração distribuída e 5 GW na geração centralizada — afirmou.