Após mais um temporal na noite de domingo (1/12) no Rio Grande do Sul, mais de 400 mil gaúchos ficaram às escuras. Passadas mais de 40 horas, o estado ainda tem 80 mil clientes sem energia elétrica em suas residências e empresas. A prestação do serviço de energia da CEEE Equatorial no RS, e em especial em Porto Alegre, é de péssima qualidade, principalmente na zona Sul da capital como os bairros Ipanema e Guarujá, onde se encontram redes de energia sucateadas.
A empresa não está tendo uma relação satisfatória com os clientes quando contatada, com diversos protocolos sem numeração e falta de equipe e pessoal para solucionar os problemas. O que acontece é que isso já é recorrente desde a sua privatização, chove, falta luz, venta muito, falta luz. A CEEE Equatorial parece não ter capacidade de atendimento para todas as 72 cidades que tem concessão.
Esse tipo de situação não só afeta o conforto e a rotina das pessoas, mas também impacta negócios locais e a segurança pública. As redes de energia sucateadas são um problema que precisa ser abordado com urgência para evitar que eventos climáticos futuros causem mais interrupções.
É importante que as autoridades competentes e a empresa responsável pela distribuição de energia tomem medidas para melhorar a infraestrutura elétrica e garantir que a população tenha um serviço confiável e eficiente. Além disso, a comunicação com os clientes sobre o restabelecimento da energia e as medidas que estão sendo tomadas para evitar problemas semelhantes no futuro é essencial.
No início do ano, após mais um temporal no estado o governador Eduardo Leite já cobrava um atendimento no mínimo satisfatório da empresa. O governador afirmava que sua gestão estará pressionando e fiscalizando os serviços prestados pela CEEE, e fala na possibilidade de aplicação de multas e até mesmo de perda de concessão por parte da empresa. “Nós temos a expectativa de que a empresa mude a sua postura e se não fizer isso ao longo do tempo, ela pode enfrentar um processo de retirada da sua concessão”, expressou”, disse Leite.
A CEEE Equatorial foi classificada como a penúltima no ranking das distribuidoras de energia elétrica do Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). O resultado, divulgado no mês de março/2024, no Dia do Consumidor, e é baseado nos números de Duração e Frequência de interrupções observados em 2023, juntamente com as compensações pagas aos consumidores pelas empresas por ultrapassarem os limites individuais de duração e frequência de interrupções.
Em SP, Aneel intima Enel e pode cassar concessão
No mês passado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) emitiu um termo de intimação à distribuidora de energia Enel São Paulo, dando início a um processo que poderá levar à caducidade da concessão.
A abertura do processo ocorre após repetidas cobranças do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, por maior punição à Enel desde o apagão de grandes proporções em São Paulo ocorrido em outubro/2024, enquanto a Aneel escolheu atuar de outra maneira nos últimos meses, tentando extrair melhorias da concessionária antes de partir para medidas mais extremas.
Segundo a autarquia, a intimação decorre de descumprimento, pela distribuidora de São Paulo, do plano de contingência apresentado aos órgãos reguladores para lidar com eventos climáticos extremos como o ocorrido neste mês, quando um temporal interrompeu o fornecimento de energia a 3,1 milhões de clientes na região metropolitana, com os trabalhos para recomposição completa dos serviços tendo demorado cinco dias.
Péssimo serviço premiado com reajuste de 4,67% na conta dos gaúchos
Além do recorrente péssimo serviço da CEEE Equatorial, os gaúchos terão que passar por mais um reajuste nas tarifas de energia no estado. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou no final de novembro o reajuste tarifário da área de concessão da CEEE Equatorial. O aumento terá um efeito médio de 4,67% nas contas de luz dos clientes da distribuidora.
São afetados pelo reajuste as mais de 1,9 milhão de unidades consumidoras da concessionária em 72 municípios no Rio Grande do Sul.