Segundo boletim desta sexta-feira do ONS, a estimativa para o indicador em setembro passou para um crescimento de 5,4% frente ao registrado no mesmo mês de 2022, ante 5,0% previstos há uma semana.
O avanço mais forte da carga de energia elétrica em setembro reflete principalmente as temperaturas normais ou acima da média esperadas no país, pelos efeitos típicos do El Niño, explicou o ONS ao apresentar suas primeiras estimativas para o mês na semana passada.
A expectativa é de que essa tendência permaneça para outubro, quando geralmente se inicia o período chuvoso no Brasil, com uma elevação prevista da carga de energia para o mês também na casa dos 5%.
O padrão climático do El Niño, marcado por um aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial, tende a provocar temperaturas mais elevadas e mudanças nos regimes de chuvas, com precipitações acima da média no Sul do Brasil e abaixo da média no Norte e Nordeste.
No caso das chuvas, o ONS estimou para setembro um volume menor de chuvas que devem chegar às usinas hidrelétricas do subsistema Sul, embora ainda acima da média histórica (106%, ante 121% esperados na semana passada), e revisou para cima as previsões de precipitações para Nordeste (76%, ante 72%) e Norte (67%, ante 62%).
Para Sudeste/Centro-Oeste, a previsão de chuvas foi mantida em 85% da média histórica, com os reservatórios alcançando 72,8% da capacidade ao final deste mês (contra 73,9% estimados há uma semana).
O aumento mais forte da carga no Brasil ocorre em um contexto de operação mais conservadora do sistema elétrico pelo ONS após o apagão de grandes proporções em 15 de agosto, que provocou a perda de cerca de 22 gigawatts (GW) e afetou praticamente todo o país.
A operação conservadora, que envolve medidas como redução no carregamento das linhas de transmissão e postergação de manutenções programadas, deve permanecer até a divulgação do relatório final com o diagnóstico das causas do apagão, previsto para até 17 de outubro.
Para o ano como um todo, a projeção oficial é de um avanço de 3,5% da carga nacional de energia em relação ao ano passado, segundo trabalho conjunto do ONS, Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
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